Queria muito conseguir explicar pra alguém uma situação que eu não consigo nem descrever. É algo que eu preciso muito botar pra fora, mas não sai, porque tá tão grande aqui dentro. Por causa disso parece às vezes que eu vou explodir, implodir, ficar entupida, entalada, derreter, nem sei. Emoção que não cabe e ocupa todos os meus espacinhos, mal respiro. Quando consigo, faço isso aliviada. Com o ar que me escapa sai um sorriso satisfeito, que traz a lembrança fresquinha que não vai embora nunca, eu sei. Flashes de imagem e som, de luzes e vozes, de caras, braços e pernas, palavras e ruídos, tanta coisa que me fez feliz em um espaço de tempo tão curto, mas tão duradouro. Vou acabar sendo prolixa, repetitiva, chata e, ainda assim, frustrada, sentindo que cada palavra minha é inútil nessa tentativa. Ninguém além de mim mesma entende ou vai entender o que acontece comigo, aqui dentro, enquanto essas várias estrelinhas explodem no meu estômago e uma bombinha por minuto estoura enchendo meu peito de sossego. Sou eu comigo e com a minha felicidade momentânea, instantânea e infinita na minha memória. Insuficiente, mas bastante, de um jeito paradoxalmente delicioso. Bum!