quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A gente não enxerga a poesia da vida até ler a poesia de outro que canta o que a vida tem. Ou não.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As boas idéias

As boas idéias são simples e fazem a gente viver melhor. Salvam nossa vida. Exageradamente, ou de verdade. Por exemplo: se você tem sempre dificuldades em tirar o carro da garagem e alguém te dá uma idéia de manobra pra sair da vaga sem passar perto da maldita pilastra, não dá até mais vontade de manbrar? No meu caso, a última boa idéia que me atingiu foi certeira, e cuidou bem da parte neurótica da minha personalidade caseira. Veja bem: eu gosto de ficar sozinha, isolada, solitária na minha casa. Amo o silêncio, a calmaria e o espaço que isso me dá. Mas é praticamente impossível isso acontecer. Nem ver TV eu dou conta, porque eu gosto de assistir meus programinhas e filmes sozinha mas sempre tenho companhia. Até que o namorado genial que me acompanha teve um insight: e se você pegar seu notebook e assistir seus filmes nele? Desde então - então foi ontem - eu vivo mais feliz e leve, com minha programação audiovisual exclusiva na cama e um coração grato. E até tenho mais vontade de ir na locadora.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tem dias

Tem dias que são difíceis, por terem horas difíceis ou por serem assim totalmente complicados. Dias em que a gente quer explodir, ou quer que alguém ou alguma coisa explodam, que a gente quer sair dando tiro e distribuindo a fúria, ou afogando em tanto choro, doendo a garganta de tanto fazer birra e o beiço de tanto fazer bico. Aí nesses dias eu tenho que ter a esperteza de lembrar de mim em outro dia. De mim comigo, num dia mais fácil. Aí eu até fico mais tranqüila, porque eu penso: noh, eu sou legal demais.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Salgadinhos

Antigamente a coxinha era sucesso. Hoje, principalmente com essa onda de saúde e bem-estar (engraçado como ninguém era tão neurótico antigamente... ou eu era muito criança pra perceber), os salgadinhos assados estão mais em voga, e com novos e sofisticados ingredientes. Tomate-seco, ricota, coisas mais finas, invadiram a sessão da padaria que antes tinha era pastel e risole enxarcando o papel absorvente de óleo e gordura. Tudo bem que parece mais nojento quando a gente fala do que quando come, mas é assim mesmo.
Hoje mesmo outra objeção foi feita à coxinha, ou "aos coxinhas": não dá pra dar idéia, faz mal mesmo. É mexer com isso e ter problema. De coração ou de cabeça.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Conselho de Clarice Lispector


Fique jovem essa semana:

Procure dormir cedo. Se for possível, deite-se depois do almoço. Não faça muitas visitas, não receba muitas visitas. Procure não se aborrecer com ninguém. Evite as pessoas que têm por hábito ou por gosto a mania de deprimir os outros. Você estará desintoxicando os nervos por uma semana.

(Em "Só para mulheres - Conselhos, Receitas e Segredos").

sábado, 9 de agosto de 2008

Pequenas verdades musicais

Se você chegar, e na vitrola estiver rolando um Black Sabbath, é melhor não entrar.
Sei que a amo, sei que a quero, sei também quando não quero quando não quero vê-la, e quando não quero tê-la.
Sei que me amo, sei quem me quero, sei também que tem momentos que nem eu mesmo me quero.
Mas se bem vinda quiseres ser, e sem risco, espere com calma que eu troque o disco e ponha os Beatles, "don't let me down".

(Por Makaloba)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A liberdade é uma calcinha bege

Bege e grande. Já pensou nisso? Você nunca veste uma calcinha dessas se tiver um compromisso, um namorado presente, uma necessidade de auto-afirmação. No melhor estilo Bridget Jones, você só veste uma calcinha bege, e grande, se for ficar em casa, dormir, ler, comer, coisas que a gente faz só pra gente, com prazer. Ou vai me falar que saiu de calcinha bege pra balada no sábado com todas as suas amigas e possibilidades? Ou que levou calcinhas dessa cor praquela viagem que fez só com o namorado? Não levou que eu sei. Foi cheia de frufrus, transparências, e talvez uma branquinha, lisa, sem frescuras. Mas uma bege não, porque ela é pros dias em que a sua companhia basta. Você veste e pensa: ”hoje ninguém vai mexer comigo, eu não vou mexer com ninguém, e se eu for mexer comigo, não ligo pra calcinha que estou usando.” Ela é símbolo de leveza, principalmente se for daquelas com tecido parecido de meia calça, sem costura. E é extremamente confortável, sem apertar, marcar a roupa, o pneuzinho. Isso não é um protesto contra lingerie sexy nem mesmo calcinhas fofinhas de bichinhos, porque elas são igualmente divertidas. Todo mundo sabe disso, até homem, que não usa isso – pelo menos a maioria. E claro que todo mundo adora o poder que elas têm. Mas nenhuma é tão livre quanto a calcinha bege. E grande.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Essa vida cabeluda

Mulher deve ter mesmo muita dificuldade em saber o que fazer no seu tempo livre, inclusive o arranjado. A gente não faz besteira só quando sobra tempo, mas a gente arruma uma hora praquela bobagem. Tipo mexer no cabelo. Tá lá, lindo, o cabelo, aí a gente vai e estraga. E isso deve ser uma sina, uma característica genética que acompanha o cromossomo X, ou o estrogênio. Deve vir do útero. Porque desde pequena, a menininha já fazia isso. Vai falar que você nunca ficou com uma escova ou um pente embolado numa mecha enorme de cabelo porque estava tentando uma façanha? Ou que nunca cortou a franja demais e ficou com ela torta e muito curta pra consertar? Aí você cresce, aprende que não pode fazer isso - mais ou menos, porque tem gente que continua cortando a própria franja e ainda resolve dar um bônus e fuçar na sobrancelha, e fala pro seu cabelereiro fazer. Estragar seu corte lindo por um super repicado que não fica bem em você e não tem nem como disfarçar, porque tem tanto tamanho de cabelo, inclusive uns curtinhos, que nem rabo de cavalo você consegue fazer. Aí a solução é fazer escova todos os dias. "Oh, mas espera, e aquele alisamento japonês super na moda?" Você vai, faz, e fica parecendo que passou 4 dias passando chapinha no cabelo. Ou que tomou um susto e o cabelo arrepiou pra baixo ao invés de subir. "Tudo bem, da próxima vez vou fazer uma progressiva." Fica um tempão com uma toalha molhada no rosto e um ventilador soprando na sua cara enquanto a pobre moça do salão fica lá sentindo o cheiro horroroso de formol e tem lágrimas nos olhos. Mas tudo bem, você vai ficar bela. Por apenas $250, por 3 meses. E pega todos os gatos do pedaço com seus cabelos sedosos. Aí vem a seca. Não dos gatos, do cabelo mesmo. Se ainda houver, porque cai que é uma beleza. "Tá, vou assumir meu visual natural. Mas acho que pra ficar bom falta só uma coisinha". E você resolve ficar loira. Só nas pontas. Lindo? Na verdade você mesma achou bem cafona. "Vou pedir pra moça do salão descolorir tudo." E nasce de novo a Marilyn Monroe, que anda na rua arrasando, mas dá de cara com o espelho em casa e fica arrasada. "Vou na farmácia comprar aquela tintura rápida." Vai mesmo minha filha, passa a tinta no seu cabelo. Sabe o que acontece? Fica roxo. Cansada de tantas experimentações, você resolve assumir um lado punk que você nem sabia que tinha, e contrariando essa filosofia, você fica cada vez mais limpinha: toma milhares de banhos e lava a cabeça todas as vezes, pra ver se a peruca volta ao normal. A partir daí, você decide ir ao cabelereiro todas as vezes, mesmo que seja só pra aparar as pontinhas. Mas e a agonia nos dedinhos, a ânsia pela escova, o instinto ou característica genética crônica? Você arruma um namorado bem bonzinho, começa na escova, na chapinha e por aí vai...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Calar a boca o caralho!

O negócio é falar, e dizer tudo o que for necessário pra defender sua pessoa, sua palavra, suas posses, sua honra, sua criação, seu território. Num mundo de cada um por si, quem não se protege fica à mercê, porque não tem boa alma que abdica de si pelo outro. Só mãe. É cada qual abocanhando sua parte. Por isso eu falo mesmo, a minha força está no gogó. E não, eu não a uso contra os outros, mas a meu favor. Quem é por mim sou eu. Mais que isso, só meu eco.