segunda-feira, 30 de junho de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Saudade que não se sabe

Alguma vez você já matou a saudade de alguma coisa ou alguém de que você nem sabia que tinha tanta saudade, mas descobriu assim que sentiu aquele cheirinho familiar? Cheirinho de torta da vó, de perfume da mãe, do travesseiro amassado, da dobrinha do pescoço?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Quase

Ando com o gostinho do quase na boca já faz um tempo. É tipo morder uma formiga: vem um azedinho, daí depois um desespero - afinal de contas você comeu um inseto. Apesar de ser legal chegar no quase, pertinho do fim, da batalha até chegar lá ser emocionante, às vezes uma aventura... Apesar de ser saudável a gente correr pra ficar perto de chegar, mas guardar a vontade de querer mais, a garra pra se esforçar mais da próxima vez, a história de tentativas que constroem a gente, às vezes a gente precisa chegar no fim, a uma conclusão, mesmo que ela seja ruim, pra sair do quase. Estar sempre quase lá, quase ganhando, quase conseguindo, quase dando certo, quase encontrando, cansa, e o gosto de excitação vira gosto de sangue de formiga. Depois de tantos quase, a gente troca a emoção pela fadiga, a expectativa pela frustração, a garra pelo suspiro. E a vontade de ganhar, de acertar, de concluir na próxima vez, vira um desafio que a gente não tem muita coragem pra encarar mais. E às vezes eu penso que já é hora de parar de enfrentar alguma coisa que eu não consigo combater, por isso, ao mesmo tempo em que eu estou quase alcançando, eu estou quase desistindo. Essas indas e vindas me fazem ter quase certeza do que eu quero. Já fiz quase tudo que eu posso pra isso funcionar, dou quase tudo de mim todos os dias, mas não basta. Quase sempre, só o quase não basta. Quando quase deu certo, é porque não deu.

Pra ouvir: Quase tentar - Astoria.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Paciência

É, esse buraco aqui é da paciência que me falta. Foi embora, não avisou que dia volta. A única que me sobrou foi essa aqui.


Enquanto isso, acompanhe algumas dicas para a (sua) sobrevivência nesses dias:

*Não grite comigo. Nem perto de mim.
*Fale comigo somente o necessário - na verdade isso depende de quem você é e da sorte que você tem na hora de falar comigo.
*Nunca diga que isso é tpm, nem se for mesmo.
*Chocolate funciona, mas nem tanto.
*Evite ligar em qualquer telefone fixo que estiver próximo ao meu ouvido. Aliás, evite deixar qualquer telefone fixo próximo do meu ouvido.
*Não me conte aquilo que eu não quero saber. E faça o favor de adivinhar.
*Mantenha-se distante quando o computador travar. E o celular acabar a bateria. E o carro dar problema. E todas as coisas do tipo.
*Não ria muito perto de mim, principalmente se for de uma história besta - a maioria é, nessa situação.
*Não mude minhas coisas de lugar. Nunca. Essa vale até pra quando eu estou no melhor dos dias.

Obs: dicas válidas para 80% das pessoas vivas que eu conheço. 20% é uma grande porcentagem, portanto não venha me dizer que eu sou um mau elemento. E tenho dito.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

No meio

A beleza de tudo deve ser passar pela dor de mexer aqui e ali, de um lado e de outro, pra chegar no meio. O meio sendo o equilíbrio, o acordo, o bom pra todo mundo. Bom de verdade, não um bom meia boca. E dói mesmo, sair do lugar em que você está acostumado a ficar pra um lugar que não é seu a princípio, mas que estavam reservando pra você faz um tempo. Você não chega lá, mas fica no quase, e puxa o outro pro quase também. O outro, aquele que pôs uma mochila na cadeira do lado pra esperar você sentar lá. Quase ele, quase você. Os dois. Um aprendendo a falar "lorpa", o outro aprendendo a falar "ah nem". Um arriscando uns passinhos de dança, o outro comendo picanha. Estar num ambiente estranho nunca é confortável. A princípio. É até incômodo. Mas pode ser extremamente acolhedor. Dói, passa, e a gente chega lá. Quase chega lá, mas o outro quase chega aqui. E a gente dá a mão no meio do caminho e fica tudo bem.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

No retrovisor

O que vem pela frente pode ser uma pedra, uma barreira, um degrau, uma mãozinha. Mas nada disso muda o que já ficou pra trás, o que já foi gravado na pele, guardado no coração.
É importante olhar pra frente, saber desviar do que está errado, agradecer o que está certo e valorizar o que é bom. Mas isso não anula o que já foi aprendido, e até isso vai ser o que já foi.
O futuro é lindo pra todo mundo, se a gente souber lidar com ele, com o presente e com o passado.
É como dirigir um carro: você tem que olhar pra frente, porque é pra lá que você vai. Mas já tentou dirigir sem retrovisor? Eu já, quando quebraram o meu. É um horror.
Chinese democracy: Por acaso alguém acredita mesmo nisso, de verdade?

Povo ingênuo...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Nome, por favor

Um taxista na gringa mudou o nome dele pra "In God we trust".

Prefiro Mclovin.


Potencialidades

Sabe o que é que pode ser legal? Tudo. Qualquer coisa pode ser legal.
E sabe o que é legal mesmo? Aquilo que você deixa ser; quando convoca boas companhias, põe uma boa música, ouve a você mesmo, dança aquele passinho brega, ri quase cansativamente, come canjicada, vê alguém de que você gosta sendo feliz, produz coisas legais, fica bêbado, dá milho, dorme mal mas acorda rindo. Essas coisas, que parecem pequenas, mas todo mundo sabe que não são.
Meu momento estranho de bom humor e otimismo me obriga a passar a mensagem de que tudo pode ser legal se a gente deixar.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

If I can't dance, I don't want your revolution.

Essa frase é da Emma Goldman, uma escritora lituana feminista, anarquista e atéia. Mas podia ser minha. Na verdade eu bem que queria que fosse mesmo.

"I did not believe that a Cause which stood for a beautiful ideal, for anarchism, for release and freedom from convention and prejudice, should demand the denial of life and joy. I insisted that our Cause could not expect me to become a nun and that the movement would not be turned into a cloister. If it meant that, I did not want it. "I want freedom, the right to self-expression, everybody's right to beautiful, radiant things."

Tô contigo Emma.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Condicionamento

A tal da auto ajuda realmente é um negócio incômodo. Eu, se lesse alguma coisa desse tipo, levando a sério, ia me achar meio maricas. Aí resolveram cientificar a história e criar a física quântica, que a minha cabeça fraca ainda não entendeu - na verdade, nem o porquê de se chamar física eu ainda não entendi. Mas se você for ouvindo alguns conceitos e transferindo aquilo pra sua vida - devagar, não vai achando que você entendeu de primeira e sair aplicando porque não dá certo - você compreende e até ganha uma forcinha. No geral, o que deu pra ver é que ela põe a responsabilidade da vida da gente na nossa mão, e dá a esperança pra todo mundo de que você pode mudar e melhorar tudo que quiser. É meio folosófico-biológico-físico mesmo; tem a ver com cérebro, sensações, pensamento positivo, essas coisas. Mas o final é que tudo pode ser, só basta acreditar, como já dizia a querida Xuxa (ahan). Até quando era criança você entendeu essa aí. Eu mesma ainda tô tentando absorver os conceitos e trabalhar tudo pra dar uma arribada no astral todo dia, condicionando meus peptídeos a ficarem viciados nas emoções que interessam. Eles já passaram por isso uma vez, involuntariamente. E pelo visto, podem passar de novo, se eu quiser. É...

Para assistir e (não) entender: Quem somos nós (What the bleep do we know).

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Versão cafona

Você estava passeando na rua e passou perto de um jardim. Viu uma rosa linda, e ficou apaixonado por ela. Ela e toda aquela história de esplendor da natureza estavam abertos pra você. Quando chegou perto, deu pra ver que tinha uns espinhos aqui e ali, que ela dava umas fincadinhas em você de vez em quando, coisa que passa. Mas você passou a achar que aquilo era um problema grande, tentava descobrir o porquê daqueles espetinhos, de tanta agressividade numa coisa tão bonitinha. Fora isso, achou que ela estava muito chamativa, uma cor muito forte, que talvez ela pudesse ser mais discreta. E pensando bem, o lugar onde ela estava não era o mais confortável pra você. Então você foi lá, cortou os espinhos, tirou ela do jardim onde ela ficava e pintou as pétalas dela com um copo de água e anilina. Aí sabe o que aconteceu? Primeiro ela deixou de ser aquela flor de que você tanto gostou, depois ela morreu.

Vem pro bazar

É AMANHÃ!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Arte

Eu sou uma menina arteira, e nas horas vagas aspirante a artista.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Minicontos

Todo mundo tem preguiça de ler. Até quem gosta. Tem hora que você dá de cara com um texto enooorme, e ele vem acompanhado de uma preguiça maior ainda. Pra esses, e pros que não gostam e ponto, e principalmente pros que gostam demais de uma boa leitura, aqui vai a dica: o blog Minicontos tem vários mini contos (jura?) escritos por 3 pessoas que querem sempre mais, e vão atrás. E que, por incrível que pareça, conseguem sintetizar muito em poucas palavras. São divertidos, fortes, reais. Entra lá.

domingo, 1 de junho de 2008

Sinais

O menor sinal de que alguém se importa com você é o maior sinal de que a felicidade vem por aí. Um sorriso, um sms, uma buzina, um alô, uma caixa de chocolaten, de alguém como a mãe, a irmã, o amigo, o namorado. Pra mim isso é grande, porque eu confio tanto no preceito de que a nossa felicidade está conosco que às vezes ajo como se não precisasse de ninguém. A verdade é que precisar talvez seja uma palavra forte - como eu sou durona, hein... - mas eu acho sempre bom uma companhia agradável, uma mão que me guia, um beijo maciinho ou um ombro largo. Mesmo que eu tenha um jeito muito sem jeito de mostrar isso. Na verdade isso aqui é um agradecimento a todas as pessoas: às que fizeram meus olhos, às que falam comigo enquanto eles ainda estão fechados, às que os abrem, às que olham pra eles com o coração. Eu vejo em todas elas um sinal de felicidade.