segunda-feira, 29 de junho de 2009

Bom mesmo é ser passarinho, pra sair voando por aí descobrindo o mundo, conhecendo a vida, soltando as asas; pra depois voltar pro ninho, tão confortável e quentinho, e contar tudo aquilo que se viu pra alguém que quer muito saber, num abraço que faz toda a ida acontecer pensando na volta.
Bom mesmo é ser passarinho, porque só assim se sabe que não há nada como ser livre para estar por aí, livre para deixar rolar, livre para aprender sempre mais e, principalmente, livre para amar.
Bom mesmo é ser passarinho, que tem tanta urgência de voar pra longe, enfrentar novos desafios, encarar aventuras, subir cada vez mais alto, e que ao mesmo tempo tem tanto carinho pra preparar seu ninho, tanto afeto para cuidar dos seus.
Bom mesmo é se descobrir passarinho e saber que a gente pode sair por aí com a certeza de um ninho cheio de amor esperando o nosso retorno. E por causa disso já parece que eu vôo cada vez mais longe mesmo quando estou pertinho, e fico com cada vez mais vontade de voltar, mesmo quando acabei de sair. Porque sou passarinho que sabe que pode ir, e que por isso mesmo, agora, quer ficar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu trabalho com papel e caneta. Não domino, mas me esforço pra aprender a usar essas ferramentas. É que eles representam muita coisa em pouco espaço: muito conteúdo, muitas possibilidades, muita informação. Um papel em branco é uma vida inteira, esperando pra acontecer. É um dia começando, você abrindo seus olhos para uma manhã que vai ser como você quiser. E uma caneta é o que você faz, o que fazem com você, o que você dita, como você age. É a responsável pela vida que segue, pelo dia que corre, pela manhã que anoitece, pela história que acontece. É muito grande, forte, poderosa. E ter isso nas mãos é inventar o que ainda não existe. Ou poder dizer a todo mundo o que ninguém consegue explicar, mas sempre quis saber. É arriscar-se no infinito. Então é muito difícil conseguir comanda-los, ou pelo menos ter uma relação sempre amigável. É que meus instrumentos de trabalho são o maior peso que eu poderia carregar, e eu tento fazer isso da melhor forma possível, com cada vez mais habilidade, destreza, sagacidade e, por que não, malícia. Manipulo esses pedacinhos de mundo quase que diariamente, e mesmo assim não tenho todo o conhecimento que preciso pra aproveita-los, mas tenho todo amor para continuar insistindo. Quase igual ao lápis de cor, que sempre teve minha paixão, mas nunca minha aptidão. É que o lápis faz saltar aos olhos o que eu tento falar. E eu gosto deles justamente por toda a potência de poder ilustrar o que eu quero  dizer com tanta vontade. Não sei aproveitar tudo do papel e na caneta, menos ainda dos lápis de cor, mas guardo todos eles com carinho porque eles sabem dizer, como num sorriso, o que eu não consigo. 

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"O fim de toda a arrogância e genialidade é uma simples frase do tipo “ah, você já vai?”. Fazer falta é simples, popular, sem nenhuma dramaticidade e quase não dá bons textos. Ser sozinho rende o mundo, mas me parece tão pequeno perto dos meus passinhos de dança, depois, ao chegar em casa."

Tati Bernardi, de vez em quando eu acho que você quer me matar.

Pequenas Verdades Musicais



Essa vai pra vida.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Já posso cantar de novo a música que profetizava meus 22 anos, apesar dos meus recentes e cronológicos 25, um número que agora só existe no papel do calendário. Porque na minha cabeça eu sou moleca de novo. E já posso reinventar meus sonhos de menina, que de certa forma se perderam, caíram dos meus bolsos depois de tanto tropeçar. Agora parece que aprendi a andar em linha reta, balançando só com o ritmo da música e os passos de dança. E posso voltar a me dar bem com aparelhos de celular, e-mails e até com o correio, que vão passar a me trazer só notícia boa, sem atraso, no lugar do antigo e negro serviço postal e eletrônico. A verdade é que eu ando achando que agora eu posso tudo: ficar de bobeira no meio do expediente, ser um passarinho, comer chocolate sem engordar e até soar cafoninha assim, escrevendo um texto que não precisa falar muito pra se fazer entender e dizer tudo pra mim. Uma sensação familiar. E agora eu posso aproveitar ainda mais. 

sexta-feira, 19 de junho de 2009

É tanta emoção que em qualquer cadeira em que eu me sento procuro um cinto de segurança.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Meu coração já disse que vai ser difícil, e quando ele fala eu escuto, caladinha.
Vou fazer o quê, se a voz dele é mais forte que a minha?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Não existe chocolate suficiente no mundo pra minha tensão.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Acabamos com o que um dia se chamou páfia

A caravana foi formada. Os integrantes foram escolhidos a dedo para lotar o carro com toda a bagagem: tênis da moda, blusas de frio misturadas a biquinis e sungas, iPods, vontade de se divertir, gogó afinado e piadas afiadíssimas. Quem foi perdeu o celular, quem ficou perdeu 4 dias incríveis. Quem foi ganhou amigos, novos e velhos, e quem ficou ganhou mais uma ruguinha de inveja porque não chegou ao nosso destino. Mas a maior conquista dessa caravana, que não se desfaz mais, foram as boas lembranças, fortes e extremamente bem musicadas - inclusive com um show de uma vocalista muito, mas muito parecida comigo. Disso tudo, além de quilos a mais, eu trago sorrisos intermináveis, que vieram com os raios de sol da primeira manhã em que estava todo mundo deitado na beira da piscina depois de um café da manhã quase colonial, cresceram com cada roda e cada pulo da melhor noite do feriado e se firmaram com a dor no coração de deixar tudo fisicamente pra trás. Hoje, de volta a São Paulo, eu sinto mais frio, não só por causa das baixas temperaturas. É que eu não acordei com bons dias tão queridos, frases clássicas ou as melhores caras amassadas do mundo. Mesmo assim eu estou mais quente que os outros, porque agora eu amo mais, gente que eu vou amar pra sempre e que aquece meu peito. E depois de tudo isso, a páfia já era. Já era.

terça-feira, 9 de junho de 2009

As melhores coisas da vida não são coisas. São horas, com pessoas, que geram lembranças, que abrem sorrisos, que deixam boas marcas, que fazem diferença, que ensinam uma lição, que seguem para o sempre. Isso sim ocupa espaço, no peito. O meu se enche cada vez que eu penso em novos e velhos amigos, pessoas que eu levo pela mão ou acolho num abraço, gente que eu não troco por nada com etiqueta. Porque por maior que seja o valor que está escrito ali, nunca vai ultrapassar o que eu registro aqui dentro.

Eu sinto que mais coisas boas da vida vêm por aí. E assim eu vou ficar cada vez mais rica.